sábado, 14 de maio de 2011

Biodiversidade de Peixes de Água Doce do Brasil


   Esta postagem introduz uma série sobre biodiversidade de peixes brasileiros. Digo BRASILEIROS para ser nacionalista, para mostrar que a biodiversidade tem que ser sentida como uma parte de nós e, portanto, que deve ser cuidada como se fosse um filho. Na verdade, aqui nós vamos falar de peixes Neotropicais, o que envolve basicamente as Américas do Sul e Central, mais um pedacinho da América do Norte. Meu objetivo principal é divulgar ciência, mas falando para todos os tipos de público. Mas também quero fazer vocês, leitores, se apaixonarem pela beleza da vida selvagem, principalmente aquela que vive dentro da água. Assim, espero despertar em vocês também uma paixão pela preservação das águas. Afinal, todo cidadão tem capacidade de lutar pelas coisas bem-feitas.

   Veja as fotos abaixo e deixe que a água e a vida que ela abriga te inspirem e instiguem seus sentidos. Imagine-se nesses lugares, sinta a água fresca, o ar puro, o som da água em movimento. E sinta a presença dos animais, da vida como um todo. Deixe que a curiosidade desperte em você. Faça perguntas sobre o que você está percebendo, tente respondê-las da sua maneira e procure saber as opiniões dos que já responderam antes de você.

















sexta-feira, 1 de outubro de 2010


Tarefinha sobre Sistema Digestório



            Você com certeza já ouviu falar da Teoria da Evolução por Seleção Natural proposta por Charles Darwin ainda no século XIX. Ela afirma que na Natureza sobrevivem apenas os seres bem adaptados ao seu nicho ecológico. Logicamente, possuir órgãos mais bem adaptados a suas funções também ajuda um organismo a sobreviver. Então, podemos deduzir que todas as partes do corpo de um organismo são úteis de alguma maneira.
           

Com o estômago não é diferente. Ele está presente nos humanos e em muitos outros animais e sua função está relacionada à digestão do alimento. Contudo, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele não é o órgão onde a maior parte da digestão acontece, porque ele produz poucos tipos de enzimas digestivas.


É isso mesmo! O estômago não é a personagem principal do sistema digestório. Agora pense: Se todo órgão tem que ter uma função, qual é a função do estômago? Procure a resposta na Internet, Livros e Revistas e escreva um pequeno texto (pelo menos seis linhas) sobre a função do estômago. O texto deve ser entregue na segunda-feira, dia 4/10, antes da avaliação, e deve estar escrito a mão, em folha de caderno. Faça letra legível e não esqueça de escrever o nome completo e o número de chamada.

DICA PARA FAZER A TAREFA: Não esqueça de explicar sobre...
- Que tipo de enzimas digestivas existem no estômago e o que elas fazem;
- O que acontece com as bactérias e outros organismos quando chegam ao estômago;
- Tamanho dos pedaços de alimento antes e depois de passar pelo estômago;
- pH do estômago.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Digerindo o conteúdo: Sistema Digestório Mastigado (Parte 2)

   Agora que a primeira parte do resumo já está pronta, por que não fazer a segunda? Aqui vai o conteúdo da aula do dia 13/9 (que vai ser daqui a pouco enquanto eu escrevo). Então, mantenham o livro do Amabis aí do lado, aberto na página 326, porque agora nós vamos rever os filos Nematelminthes, Mollusca e Annelida.

  • Nematelmintos: Têm sistema digestório completo, diferentemente dos filos que já vimos antes. Este filo tão diverso inclui uma enorme quantidade de vermes parasitas de plantas e animais e uma quantidade ainda maior de vermes de vida livre que vivem no solo se alimentando de detritos. Devido a essa alimentação, que não exige um processo de digestão muito complexo, um tubo digestório simples dá conta de extrair os nutrientes necessários para esse animais. A boca é seguida por uma faringe musculosa capaz de empurrar o alimento para dentro do intestino. Não existem nesses animais as grandes glândulas presentes em seres mais evoluídos, tais como as salivares, o fígado e o pâncreas. Ao chegar no intestino, porém, o alimento é misturado com enzimas digestivas produzidas por minúsculas glândulas presentes em todo o órgão. Essas enzimas iniciam a digestão extracelular, soltando partículas pequenas de alimento que podem ser fagocitadas por outras células do intestino, que fazem a digestão intracelular. Aí vocês já começam a perceber a repetição, porque é a mesma coisa que acontece com os platelmintos e cnidários. E o que acontece com os nutrientes simples (aminoácidos, monossacarídeos etc.) que resultam dessa digestão? São difundidos para o líquido que preenche o pseudoceloma (lembram do pseudoceloma?). Esse líquido está em contato com todos os outros tecidos do corpo do nematelminto, então os nutrientes chegam bem rápido ao destino.
  • Moluscos: Têm sistema digestório completo, como todos os outros filos que veremos a partir daqui. A "novidade evolutiva" deste filo é que o sistema digestório é composto por vários órgãos especializados em desempenhar funções diferentes no processo de digerir, além de ter várias glândulas anexas. Essas glândulas são, principalmente: glândulas salivares para lubrificar o alimento; bolsas no esôfago que produzem enzimas digestórias; hepatopâncreas, que produz a maior parte das enzimas diestórias e ainda tem várias outras funções, como armazenar glicogênio. Entre as estruturas especializadas encontradas nos moluscos, podemos citar rádula, cavidade bucal, faringe, papo, esôfago, estômago e intestino. De um modo geral, podemos dizer que a aliumentação dos moluscos começa com a raspagem e deglutição do alimento, feitas pela rádula com o auxílio da saliva vinda das glândulas salivares. O alimento pode ir para um papo, onde é armazenado por um tempo, sendo empurrado depois para o esôfago, onde pode receber alguma quantidade de enzimas digestivas. Já no estômago, recebe a maior parte das enzimas digestivas, vindas de glândulas como o hepatopâncreas, sendo parcialemente digerido. A partir deste momento, coisas diferentes podem acontecer, de acordo com a espécie do molusco. Para saber mais, procure pelos trechos escritos em vermelho logo abaixo.
   Os moluscos podem não ter a mesma quantidade de espécies que os nematelmintes, segundo as estimativas da ciência, mas são com certeza muito mais diversos do ponto de vista da anatomia. Por isso, vou falar um pouco sobre as classes de moluscos e suas diferenças importantes do ponto de vista da alimentação. As principais classes de moluscos são: 
    • Classe Bivalvia, composta por seres cuja concha tem duas metades, como os mariscos e ostras. Vivem em água doce ou salgada. Alguns até nadar um pouco. Capturam seu alimento, que consiste em plâncton e pequenos detritos, por filtração. Ou seja, ao movientarem a água através de suas brânquias, o alimento fica preso nelas e depois é capturado pela boca. Tanto a boca quanto as brânquias ficam na cavidade do manto, ou seja, um espaço cheio de água que fica dentro da concha, mas que tem contato com o meio externo através de dois funis chamados sifão inalante e sifão exalante. Sua digestão segue mais ou menos o padrão descrito acima, mas sem a ação da rádula, pois ela não existe nos bivalves. Mais adiante, assim que o alimento semi-digerido deixa o estômago, ele entra pelos ductos do hepatopâncreas e a digestão acaba lá dentro, intracelularmente. Os nutrientes são então distribuídos para o resto do corpo pelo sistema circulatório, que é aberto. Os restos não digeridos voltam do hepatopâncreas para o estômago e de lá para o intestino, que apenas lança as fezes para fora, ou seja, dentro da cavidade do manto.
    • Classe Gastropoda, que inclui seres com uma concha espiralada ou nenhuma concha, mas que sempre possuem um "pé" musculoso e cheio de muco sobre o qual se arrastam. Podem viver em água salgada ou doce ou na terra. Geralmente se alimentam raspando com a rádula a matéria orgânica presente em rochas ou cascas de árvores, como musgos ou fungos. No entanto, alguns são predadores assaz vorazes, como os nudibrânquios. Aliás, para quem nunca ouviu falar de nudibrânquios, vejam a foto do bicho colorido que eu coloquei aí em baixo. Viram como eles são bonitos? Tem muita gente que vai ver esses bichos nos corais da Malásia (quem tem muita grana, óbvio). Os gastrópodes também têm uma cavidade do manto, mas não possuem sifões inalante e exalante. O processo de digestão, após a passagem pelo estômago, segue o modelo dos bivalves.
Nudibrânquio.
Caramujo africano que virou praga no Brasil.
    • Classe Cephalopoda, que representa os moluscos considerados mais evoluídos, dos quais os mais famosos são a lula e o polvo. Possuem vários tentáculos que parecem sair diretamente da cabeça, que usam para nadar e agarrar. A musculatura do manto bombeia água para dentro através do sifão inalante e para fora através do sifão exalante, gerando uma propulsão significativa. Todos vivem no mar. Sua alimentação é diferente da maioria dos outros moluscos. Com suas mandíbulas de quitina, rasgam o alimento. Com sua rádula, o engolem. Os cefalópodes são predadores e precisam de muito mais agilidade e controle motor do que os outros moluscos. Por isso, desenvolveram um sistema circulatório mais eficiente e também uma visão aguçada e um cérebro considerável que permite que movimentem todos os tentáculos de maneira precisa e independente. Diferentemente dos bivalves e gastrópodos, os cefalópodos não realizam digestão intracelular. Portanto, são os primeiros entre os animais que estudamos até agora que só realizam digestão extracelular. O alimento pacialmente digerido que sai do estômago entra para o ceco gástrico, que nada mais é que um tipo de bolsa onde as enzimas continuarão atuando sobre o alimento até que esteja completamente digerido (até onde for possível). O próprio ceco gástrico absorve os nutrientes e lança-os na corrente sanguínea, que é do tipo fechado. Se sobrar alguma coisa não digerida, essa coisa vai ser eliminada pelo intestino dentro da cavidade do manto.

  • Anelídeos: Têm sistema digestório completo. Apesar de terem partes especializadas (faringe, papo, moela, intestino com tiflosole, cecos intestinais), não tem grandes glândulas anexas. Portanto, os anelídeos têm o sistema digestório um pouco menos complexo do que o dos moluscos, visto agora há pouco. Tomando como exemplo as minhocas, poderíamos dizer que os anelídeos se alimentam principalmente de partes de plantas que já começaram a se decompor, além de outros tipos de matéria orgânica em decomposição e pequenos organismos vivos ou mortos. Vale dizer aqui que esse hábito alimentar das minhocas é importantíssimo do ponto de vista ecológico, porque elas aceleram bastante a decomposição da matéria orgânica, reciclando mais rápido os nutrientes e permitindo que as plantas vivas os reaproveitem melhor. Além disso, por engolirem obrigatoriamente a terra durante a captura de alimento, elas deixam a terra aerada e fofa, o que também favorece o desenvolvimento dos vegetais. A terra, contendo os alimentos, entra pela boca e é empurrada pelos músculos da faringe, chegando ao papo, onde é lubrificada com secreções. A terra vai gradualmente transbordando para a moela, que tem músculos fortes para apertar seu conteúdo até o alimento ser triturado pelo atrito com as partículas de areia da terra. No intestino, aparecem finalmente as enzimas digestivas, atuando sobre as pequenas partículas de alimento, que são bem mais fáceis de degradas. A partir do trigésimo seguimento do corpo da minhoca, o intestino tem uma prega dorsal chamada de tiflosole, que acreditamos servir para aumentar a superfície de contato com o alimento. Nessa parte do intestino é que ocorre a absorção dos nutrientes, que já estão completamente digeridos. Não existe digestão intracelular nos anelídeos. A distribuição dos alimentos é providenciada por um sistema circulatório fechado. Na altura do trigésimo segmento também existem duas bolsas laterais, os cecos intestinais, que são como expansões do intestino. Nelas os nutrientes podem entrar e ser absorvidos mais facilmente. Parece que elas não têm outra função. Os restos não digeridos, bem como uma grande quantidade de terra, são eliminados pelo ânus. Montes de fezes de minhoca são chamados de humus e são um ótimo adubo natural. Na página 354 do livro há uma figura que ilustra perfeitamente tudo o que foi falado.






domingo, 12 de setembro de 2010

Digerindo o conteúdo: Sistema Digestório Mastigado (Parte 1)

   Resolvi fazer um pequeno resumo da aula de quinta feira passada, dia 9/9. Até aqui, vimos como a digestão e absorção do alimento acontece nos filos Porifera, Cnidaria e Platyhelminthes. Vamos relembrar agora os pontos principais. Deixe seu livro aí do lado para consultar enquanto lê o texto:

  • Poríferos: Não têm cavidade própria para a digestão, nem boca, nem ânus. Sua digestão é exclusivamente intracelular. Por isso, podem se alimentar apenas de microorganismos ou partículas microscópicas de matéria orgânica, que podem ser fagocitados. Os alimentos são capturados pela bainha dos coanócitos,  onde chegam carregados pela corrente de água que os próprios coanócitos criam com seus flagelos. Depois, são transferidos para os amebócitos. Os amebócitos ficam no meso-hilo, a substância gelatinosa situada entre a camada de pinacócitos e a camada de coanócitos. Com seu movimento ameboide, podem se deslocar por essa geleia e redistribuir o alimento para outras células, como os pinacócitos. A digestão ocorre dentro dos coanócitos ou dentro dos amebócitos.
Veja o esquema abaixo (clique na imagem para ampliar) e tente visualizar a explicação acima. Depois compare com os desenhos do livro, nas páginas 294 e 296.

  • Cnidários: Têm uma cavidade digestória que ocupa toda a parte interna do corpo e pode ser parcialmente dividida por dobras da parede do corpo. Possuem um orifício chamado de boca que serve para engolir o alimento e também para eliminar os restos, pois não têm ânus. Se alimentam principalmente de outros animais, portanto são predadores. Seus cnidoblastos (células urticantes) são potentes o suficiente para paralisar presas relativamente grandes, como peixes (veja mais sobre cnidoblastos na pág. 301 do livro). Os cnidoblastos estão presentes principalmente nos tentáculos do cnidário. Assim, os tentáculos são a principal arma que esse predadores vagarosos e muitas vezes sésseis possuem. Os tentáculos também se movem para levar a comida até a boca. A partir do momento em que a presa é mandada para dentro da cavidade gástrica, enzimas produzidas por células glandulares da gastroderme começam a fazer a digestão extracelular. A água e o alimento presentes na cavidade gástrica são remexidos pelo movimento dos flagelos das células mioepiteliais digestivas (lembrem dos coanócitos das esponjas). As células mioepiteliais digestivas são, na verdade, as protagonistas da digestão. Quando o alimento vai sendo degradado em partículas microscópicas, estas células vão fagocitando esses pedaços microscópicos de comida e então terminam de digeri-los intracelularmente. Os nutrientes resultantes vão para as outras células por difusão, através das membranas citoplasmáticas e da mesogleia. Essa difusão é facilitada pelo fato de a mesogleia ser muito fina. A presença de dobras na cavidade gástrica aumenta a superfície de contato entre a gastroderme e o alimento, aumentando a velocidade da digestão e da absorção.
  • Platelmintes: Alguns vermes chatos, como a tênia, são tão adaptados à vida parasitária que perderam o sistema digestório, absorvendo através da pele os alimentos já digeridos pelo hospedeiro. A maioria deles, porém, sendo de  vida livre, tem sistema digestório incompleto (ou seja, sem ânus). Nestes casos, como pode ser observado nas planárias, a cavidade gastrovascular (onde ocorre a digestão), se ramifica pelo corpo todo. Além disso, as planárias têm uma faringe musculosa que pode ser colocada para fora do corpo. As planárias podem capturar pequenos animais vivos ou comer restos de animais mortos (saprofagia) evertendo a faringe sobre eles para despejar enzimas digestivas e depois sugar o material semi-digerido para dentro da cavidade gastrovascular. Dentro desta, o alimento vai entrando pelas ramificações, onde continua sendo digerido até estar dividido em partes pequenas o suficiente para serem fagocitadas pelas células da parede da cavidade gastrovascular. Nestas, o alimento é decomposto em nutrientes simples, que vão para as células vizinhas por difusão. Reparem que a intensa ramificação dessa cavidade permite que todas as células do corpo estejam perto da fonte de alimento. Assim, todos os tecidos conseguem receber sua cota de nutrientes com bastante rapidez sem que haja a necessidade de um sistema circulatório.
A imagem abaixo representa bem o sistema de digestório de uma planária. Para quem não conseguiu ver, o sistema digestório está em azul. Aqui o termo "intestino" equivale a cavidade gastrovascular. Compare-a coma foto da página 316 do livro.


Para casa - TAREFA 1



   Olá, alunos e alunas do 2ºE! Finalmente vocês podem pegar os dois primeiros exercícios para fazer em casa, que devem ser entregues na quinta-feira, dia 16/9. LEMBREM-SE: A soma das tarefas tem o mesmo valor da prova na nota final. Portanto, entreguem todas as tarefas no dia marcado!

   As tarefas estão disponíveis no e-mail da turma (2oE.Gastao@gmail.com). Se alguém não conseguir baixar, peça para um amigo que já conseguiu ou baixe no link abaixo:


   http://rapidshare.com/files/419265724/TAREFA_1.rar
   http://rapidshare.com/files/419266231/TAREFA_1.rar
   (links atualizados!)

   Como fazer a tarefa?
   As tarefas estão em arquivos do Word (.doc). Cada uma vem com um texto explicando bem certinho o que eu quero de vocês. É só imprimir (nos dois lados da folha, para não fazer um pilha gigante de papel na minha casa) e escrever a resposta no próprio papel. Como ainda estamos no comecinho do sistema digestório, as tarefas não vão incluir essa parte do conteúdo, apenas a primeira parte sobre as características dos filos. Isso vai ser muito bom para que vocês mantenham sempre em mente as aulas anteriores.


Até a próxima!


Professor Gabriel.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Biodiversidade: muito ainda a descobrir

   Resolvi falar um pouco (muito pouco mesmo!) sobre o atual conhecimento sobre a biodiversidade, principalmente de animais. Se vocês procurarem no livro didático, vão encontrar um dado interessante: calcula-se que um milhão de  espécies de animais já são conhecidas e já receberam uma descrição formal (clique aqui para ver como é de fato uma descrição científica de uma espécie), mas também estima-se que haja na verdade até cem milhões delas.
   Mesmo assim, pouca gente consegue assimilar essa informação. A maioria de nós não se dá conta de como há seres diferentes no mundo, cada um com sua beleza, seu papel ecológico muitas vezes único, sua história evolutiva que nunca mais vai ser repetida e, às vezes, até mesmo um grande valor econômico. Mas eu não vou começar a falar de Conservação agora (fica pra outra postagem).
   O que eu quero mesmo é mostrar para vocês que, mesmo com toda a tecnologia que nós temos para observar e interpretar o mundo, muitos detalhes acabam passando. Algumas vezes, esses detalhes têm quase um metro e meio, como é o caso do celacanto, um tipo de peixe considerado primitivo. Conta-se que esse animal já era conhecido por povos nativos africanos, mas a ciência só o conheceu em 1939, dando a ele o nome de Latimeria chalumnae. Naquele tempo foi uma descoberta e tanto, porque os peixes mais parecidos com o celacanto já tinham batido as botas, sobrando apenas os fósseis. Mas o mais impressionante foi que, em 1999, uma outra espécie de celacanto foi descrita, recebendo o nome de L. menadoensis. Por que nesses sessenta anos, com todo o desenvolvimento da tecnologia de exploração do oceano (principalmente por causa de guerras), ninguém encontrou esse bicho antes?


   O oceano é muito grande e chegar lá no fundo é bem difícil. Mas existem casos, também recentes, de macacos e aves sendo encontrados em vários lugares do mundo. E olha que são os grupos animais mais conhecidos de todos! Numa reportagem do portal Terra encontrei um relato interessante de espécies novas sendo encontradas em apenas duas expedições realizadas na Amazônia pelo INPA. Além de quatro aves novas e um macaco, encontraram várias plantas e insetos desconhecidos. Abaixo vocês veem a foto de uma dessas aves e outra de uma espécie de planária terrestre muito bonita. Para saber mais, leia a reportagem clicando aqui.

   
  Outra bem legal que eu vi hoje no último número da Superinteressante foi a de um pequeno tubarão chamado Etmopterus spinaxO que é louco neste caso não é que a espécie seja nova. Na verdade, eles são conhecidos há tanto tempo que o próprio Lineu (não, não é o da TV) foi quem descreveu a espécie. A revista estava noticiando, porém, que cientistas europeus descobriram que esses bichos têm na barriga um monte de fotóforos, o que significa que produzem luz, bioluminescência.  A única coisa que me decepcionou foi que, pesquisando na Internet, descobri que a notícia não é nova e já existem até vários trabalhos explicando como acontece a produção de luz no bicho.
   Bom, hoje fico por aqui. Além desses casos que eu falei, vocês conseguem achar muitos outros pesquisando na Internet. Aliás, vocês conseguem achar qualquer coisa. Bom proveito.